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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Ataque terrorista deixa ao menos 235 mortos em mesquita no norte do Egito


Ataque terrorista deixa ao menos 235 mortos em mesquita no norte do Egito

Ao menos 235 pessoas morreram após terroristas explodirem uma bomba e atacarem a tiros os fiéis islâmicos que participavam do período de orações em uma mesquita na Península do Sinai , no norte do Egito, nesta sexta-feira (24). O número de vítimas foi reportado pela TV estatal egípcia, MENA , que cita ainda um total de 120 pessoas feridas na mesquita de al-Rawda.
De acordo com Osama Bin Javaid, correspondente da TV Al Jazeera , testemunhas relataram que primeiro houve a explosão bem ao lado da mesquita de al-Rawda, fazendo com que os fiéis deixassem o templo apavorados e fossem em seguida abatidos por atiradores posicionados do lado de fora de al-Rawda. Meios da imprensa israelense reportaram que as saraivadas de tiros foram disparadas por homens distribuídos em quatro carros 4x4. 
Ainda segundo a estatal MENA , até mesmo as ambulâncias que chegavam à região para socorrer as vítimas foram alvos de tiros.
Nenhuma facção reivindicou a autoria do atentado até o momento. O principal suspeito de estar por trás desse ataque é o Estado Islâmico, que tem atuado constantemente na Península do Sinai, especialmente após a deposição do ex-presidente egípcio Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, em 2013.
A mesquita que foi alvo do atentado desta sexta-feira fica em uma localidade onde a maioria da população pertence à etnia Al-Sawarka, que anunciou a participação na luta contra o Estado Islâmico em maio do ano passado. 

O Sinai Considerada área importante pelo islamismo, judaismo e cristianismo, a Península do Sinai historicamente tem sido palco de disputas e episódios sangrentos. De acordo com a bíblia cristã, o local foi onde Moisés conversou com Deus e recebeu os dez mandamentos.

O Sinai foi tomado por Israel em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, quando o judaismo israelense derrotou "sozinho" (Israel contou com apoio dos Estados Unidos) o grupo muçulmano formado pelo Egito, Arábia Saudita, Síria, Iraque, Argélia e Sudão, passando a controlar, além do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã.
De acordo com o escritor Lawrence Wright, autor do vencedor do prêmio Pulitzer  O Vulto das Torres (sobre a Al-Qaeda e o atentado de 11 de setembro), aquela derrota levou os muçulmanos a considerarem que Deus escolheu o lado de Israel naquela guerra pois os islamitas não estariam aplicando devidamente a sharia , a lei sagrada do Islã. Esse pensamento, nutrido por distorções na interpretação das profecias do profeta Maomé, teria sido um dos pontos determinantes para o surgimento de facções jihadistas cada vez mais radicais, como o Estado Islâmico. 
O Sinai foi devolvido por Israel ao Egito em 1979 após a assinatura de um tratado de paz entre os dois países.


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