Ataque terrorista deixa ao
menos 235 mortos em mesquita no norte do Egito
Ao
menos 235 pessoas morreram após terroristas explodirem uma bomba e atacarem a
tiros os fiéis islâmicos que participavam do período de orações em uma mesquita
na Península do Sinai , no norte do Egito, nesta sexta-feira (24). O
número de vítimas foi reportado pela TV estatal egípcia, MENA , que cita
ainda um total de 120 pessoas feridas na mesquita de al-Rawda.
De
acordo com Osama Bin Javaid, correspondente da TV Al Jazeera , testemunhas relataram que primeiro houve a explosão bem ao lado
da mesquita de al-Rawda, fazendo com que os fiéis deixassem o templo apavorados
e fossem em seguida abatidos por atiradores posicionados do lado de fora de
al-Rawda. Meios da imprensa israelense reportaram que as saraivadas de tiros
foram disparadas por homens distribuídos em quatro carros 4x4.
Ainda segundo a estatal MENA , até mesmo
as ambulâncias que chegavam à região para socorrer as vítimas foram alvos de
tiros.
Nenhuma
facção reivindicou a autoria do atentado até o momento. O principal suspeito de
estar por trás desse ataque é o Estado Islâmico, que tem atuado constantemente
na Península do Sinai, especialmente após a deposição do ex-presidente egípcio
Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, em 2013.
A
mesquita que foi alvo do atentado desta sexta-feira fica em uma localidade
onde a maioria da população pertence à etnia Al-Sawarka, que anunciou a
participação na luta contra o Estado Islâmico em maio do ano passado.
O Sinai Considerada área importante pelo islamismo, judaismo
e cristianismo, a Península do Sinai historicamente tem sido palco de disputas
e episódios sangrentos. De acordo com a bíblia cristã, o local foi onde Moisés
conversou com Deus e recebeu os dez mandamentos.
O
Sinai foi tomado por Israel em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, quando o
judaismo israelense derrotou "sozinho" (Israel contou com apoio dos
Estados Unidos) o grupo muçulmano formado pelo Egito, Arábia Saudita, Síria,
Iraque, Argélia e Sudão, passando a controlar, além do Sinai, a Faixa de Gaza,
a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã.
De acordo com o escritor Lawrence Wright, autor do vencedor do
prêmio Pulitzer O Vulto das Torres (sobre
a Al-Qaeda e o atentado de 11 de setembro), aquela derrota levou os
muçulmanos a considerarem que Deus escolheu o lado de Israel naquela
guerra pois os islamitas não estariam aplicando devidamente a sharia , a lei sagrada do Islã. Esse pensamento,
nutrido por distorções na interpretação das profecias do profeta
Maomé, teria sido um dos pontos determinantes para o surgimento de facções jihadistas cada vez mais radicais, como o Estado
Islâmico.
O Sinai foi devolvido por Israel ao Egito em 1979 após a assinatura de
um tratado de paz entre os dois países.
Fonte: Último Segundo - iG
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