Operação que investiga
crimes em presídios do RN apreende dinheiro; advogados, agentes e ex-policial
são alvos
Operação
'Queijo Suíço', ação conjunta da Polícia Civil e Ministério Público, foi
realizada na manhã desta quarta (22). Quantia apreendida e nomes não foram
revelados.
A operação ‘Queijo Suíço’,
que investiga a atuação de servidores públicos em crimes dentro do sistema
prisional potiguar, apreendeu uma considerável quantia em dinheiro. É o que
garante a Polícia Civil, que afirma ter descoberto um esquema que envolve a
participação de pelo menos 15 agentes penitenciários, dois advogados e um
ex-policial civil na facilitação de fugas e entrada ilegal de armas, drogas e
aparelhos celulares em presídios do estado. O valor apreendido e os nomes dos
suspeitos não foram divulgados.
Ainda de acordo com a Polícia
Civil, os investigados foram alvos de 18 mandados de busca e apreensão, e mais
22 de condução coercitiva (quando a pessoa é levada à delegacia para prestar
depoimento) cumpridos na manhã desta quarta (22). Três esposas de agentes
penitenciários também foram levadas para prestar esclarecimentos.
“Não podemos dar nomes e nem
revelar a quantia em dinheiro que foi apreendida porque as investigações estão
em segredo de Justiça”, explicou o delegado-geral Correa Júnior, em entrevista
coletiva.
O delegado também disse que
os envolvidos devem ser indiciados por crimes de corrupção, facilitação de
fuga, lavagem de dinheiro, associação criminosa e introdução de objetos
ilícitos em presídios.
Queijo
Suíço
A denominação da operação,
ainda de acordo com Correa Júnior, é uma alusão às constantes fugas registradas
nos presídios potiguares, principalmente por meio de túneis. Alcaçuz, que é a
maior penitenciária do estado, muitas vezes foi chamada de ‘queijo suíço’ em
razão dos inúmeros buracos que eram encontrados após as fugas que
corriqueiramente aconteciam na unidade até o início do ano, quando acabou
estourando as rebeliões que findaram com a morte de 26 detentos.
Massacre
Ainda de acordo com o
delegado-geral, as investigações foram iniciadas justamente após o massacre de
Alcaçuz, em janeiro. "Na época, presos de facões rivais entraram em
confronto e havia a suspeita de facilitação de introdução de armas e celulares
no interior da unidade prisional. No decorrer das investigações ficou
evidenciado a existência de servidores do sistema penitenciário agindo em
conjunto ou isoladamente em condutas criminosas com a participação de
advogados, sendo identificadas movimentações bancárias vultosas e incompatíveis
com os rendimentos declarados pelos investigados à Receita Federal",
acrescentou Correa Júnior.
A operação é fruto de uma
ação conjunta do Núcleo Especial de Investigação Criminal (NEIC) da Polícia
Civil com apoio técnico do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) do Ministério Público e suporte da Secretaria Estadual de
Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed).
Fonte: G1
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