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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

A ESGRIMA SEM ESPADA E A MORTE DE UM DESGOVERNO

A crença budista pratica o paradoxo como forma de expandir a mente e preparar o espírito para a revelação. O paradoxo é revelador porque desafia o intelecto e põe a nu a nossa ignorância. Desnudados e conscientes de nossa nudez nos transformamos. Algo de novo há de surgir na história política do Rio Grande do Norte no que tange à questão da segurança pública. O paradoxo há de nos salvar. Assim espero. Se autointitulando o Governador da Segurança, Robson Farias instalou o paradoxo em seu governo. Como se pratica a esgrima sem a espada? Pergunta o mestre zen. No rasto da sabedoria budista, o governo nos deixa a pergunta a ser meditada: como se promove segurança com insegurança? Ao longo do seu mandado vivemos a crise da segurança. Alastrou-se o medo pelas ruas; instalou-se o caos nos presídios; subiram exponencialmente os números da violência; trocaram-se comandos e mais comandos, e, a cada desmedida, o poço se aprofundava. Insatisfeito, Robson faz chegar a insegurança em meio aos próprios agentes de segurança: falta-lhes o salário que lhes permita viver. A fome lhes bate à porta e nenhuma luz se mostra ao fim do túnel. Diante do impasse, que mais podem esses homens e mulheres fazer que não seja cruzar os braços e exigir que se lhes devolva a garantia de poder exercer o seu trabalho com a dignidade que todos merecem? Todavia, mais uma vez o governo responde com desgoverno e mais uma vez enlaça o paradoxo. Para se resolver a crise da segurança, prendam-se então os seguranças. Desenha-se no cenário potiguar o quadro de uma infâmia: uma justiça injusta, aliada a um governo desgovernado, semeará a desordem em nome da ordem. Que seja esta, portanto, a solução. Contra os infames o melhor gesto é o da dignidade. Aplaudo a decisão desses homens e mulheres que, se recusando a infâmia, resolvem praticar a desobediência civil. Amanhã viveremos um dia histórico para este Estado entregue à calamidade. Desejo força e coragem a esses homens e mulheres que, em detrimento de suas dores, investem-se de dignidade frente a um governo indigno. Amanhã o governador estará nu. Que seja este o seu último gesto: prender os justos para sustentar sua injustiça! Edilberto C. – Educador Sim

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