Com o 13º salário de 2017 ainda em atraso, policiais civis
fecham delegacias no RN
Em protesto contra o
atraso no pagamento dos salários, policiais civis do Rio Grande do Norte e
servidores da Secretaria de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed)
iniciaram na manhã desta quarta-feira (26) uma paralisação denominada 'Operação
Zero'. A orientação é para que agentes e escrivães de todo o estado não abram
as delegacias e parem de trabalhar por tempo indeterminado.
O governo do estado não pagou o 13º
salário de 2017 dos servidores públicos que ganham acima de R$ 5 mil. Além
disso, ainda não divulgou quando vai pagar os salários de dezembro nem o 13º
deste ano.
"Agentes e escrivães não irão para
as delegacias. No interior, inclusive, eles devem se concentrar nas delegacias
regionais e zero procedimento", destacou Nilton Arruda, presidente do
Sindicato dos Policiais Civis do RN.
"A categoria está firme. E não vai
voltar a trabalhar enquanto ele (o governo) não pagar o que está atrasado e
pelo menos sinalizar uma data para o salário de dezembro", disse Carolina
Campos, presidente da Associação dos Escrivães de Polícia Civil do RN
(Assesp/RN).
Nilton destaca que o governador Robinson
Faria anunciou para o dia 28 o pagamento do 13º salário de 2017 para os
policiais militares e Corpo de Bombeiros, mas deixou outras categorias de fora.
"O sentimento atual é de grande revolta, pois ao anunciar o pagamento
apenas para uma determinada categoria, o governo promove uma injustiça e
discriminação. Infelizmente, nos últimos dias de sua gestão, o governador gera
um caos na segurança pública ao adotar esse posicionamento", acrescentou o
presidente do Sinpol-RN.
O G1 solicitou
um posicionamento, mas ainda não houve qualquer pronunciamento por parte da
Secretaria de Segurança Pública e da Delegacia Geral da Polícia Civil.
Em nota, a Associação de Delegados do
Rio Grande do Norte afirmou que apóia e "reconhece a justiça da
causa" do movimento dos agentes e escrivães da Polícia Civil.
“É inadmissível que um trabalhador
permaneça com seus direitos mais básicos tolhidos, e sem nenhuma perspectiva de
ser ressarcido. A Associação dos Delegados apoia os agentes e escrivães de
polícia e espera que o governo se sensibilize e trate a segurança pública com a
prioridade que a população deseja", declarou.
Unidades fechadas
Em Natal há 15
delegacias distritais, 18 especializadas e duas de plantão. Na manhã desta
quarta-feira (26), o G1 tentou entrar em
contato com as unidades, por telefone, através dos números divulgados no site
da Polícia Civil, mas não teve as ligações atendidas. O protesto também se
estende na região metropolitana e no interior.
A Central de Flagrantes e a Delegacia
Especializada de Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas (Deprov) não
abriram nesta manhã. Outras unidades, como a Delegacia de Atendimento à Mulher
de Parnamirim, na Grande Natal, e a Delegacia de Atendimento ao Turista
(Deatur), que funciona na Zona Sul da capital potiguar, também não estão
atendendo.
Na região Seridó, as delegacias de Caicó
e Currais Novos estão fechadas.
A Delegacia de João Câmara, na região da Baixa Verde, também não abriu nesta
quarta. O mesmo acontece com a DP de Umarizal, na região Oeste, que também não
está atendendo ninguém.
Itep faz paralisação de advertência
Em Natal e em Mossoró,
na região Oeste, o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) faz uma
paralisação de advertência de 6 horas de duração e não deve atender as
ocorrências pelo menos até o início da tarde.
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