Operação da PF combate crimes financeiros e lavagem de dinheiro no RN
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (19) uma operação denominada 'Caviloso', cujo objetivo é apurar crimes financeiros, estelionato, falsidade, lavagem de dinheiro, entre outros delitos. Estão sendo cumpridos 6 mandados judiciais de busca e apreensão em Natal expedidos pela 15ª Vara Federal de Ceará-Mirim. O nome da operação faz alusão àquele que emprega cavilação, isto é, 'proposta traiçoeira'.
Segundo a PF, a investigação teve início
para apurar notícia de que um empreendimento em Ceará-Mirim teve algumas de
suas unidades vendidas no exterior, sem a consequente internalização dos
recursos no Brasil, fato que poderia importar crime de evasão de divisas.
Além disso, foi noticiado que as
aquisições das unidades imobiliárias seriam na verdade investimento com
percentual de retorno garantido, consistindo em captação de recursos, atividade
típica de instituição financeira para a qual não existia autorização.
Para instruir a apuração foram
realizadas diligências de campo e, também, representou-se pelo afastamento dos
sigilos bancário e fiscal dos investigados e empresas vinculadas a eles.
Produzidas perícias e análises
financeiras, confirmou-se que os dirigentes da empresa sob suspeita atraíram
investidores em Singapura, no sudoeste asiático, para deles receber dinheiro
que veio a ser destinado, em parte, a empreendimentos no Brasil, mas não para
aquisição patrimonial e, sim, a título de investimento com ganho previamente
ajustado.
Diferentemente do que se delineava no
início da apuração, o grupo sob investigação tinha atuação bem mais ampla, pois
ofertou em Singapura oportunidade de investimento atrelada a outros
empreendimentos nas cidades de Parnamirim, Macaíba e São José de Mipibu,
situadas na região Metropolitana de Natal.
Assim, a empresa captou o equivalente a
mais de R$ 300 milhões, supostamente para erguer loteamentos com 3.516
unidades, no entanto, executou apenas um, com o total de 230 unidades. Nos
demais locais nada foi construído, existindo apenas terrenos baldios.
"Na verdade, parte dos recursos
captados em Singapura, que deveria ter sido enviada para o Brasil, a fim de
construir os empreendimentos, foi remetida para uma conta bancária em
Luxemburgo, na Europa, em nome da empresa criada pelos investigados, revelando
que os investidores naquele país foram vítimas de golpe e jamais seriam
ressarcidos. Como tal remessa de recursos para paraíso fiscal está atrelada a
omissão de receitas e consequente sonegação de tributos, a investigação também
está a apurar lavagem de capitais", reforça a PF>Por fim, no curso da investigação detectou-se um golpe praticado pelos
investigados, os quais, sob a promessa de venda de um hotel na Via Costeira em
Natal, receberam cerca de R$ 40 milhões, entretanto, falsificaram documentos,
afastando o adquirente da propriedade e posse do hotel, sem restituí-lo.
A ação criminosa sob investigação
apresenta modo de operar semelhante e tem em comum alguns dos investigados da Operação
Godfather deflagrada em 2014, sendo o combate à corrupção
um dos objetivos estratégicos da PF.
(*) O nome da operação faz alusão àquele
que emprega cavilação, isto é, “proposta traiçoeira”.
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