Polícia afirma ter percorrido
mais de 20 endereços em busca do médium João de Deus, mas não consegue
prendê-lo
O delegado-geral da
Polícia Civil, André Fernandes, informou à TV Anhanguera que Polícia Civil
percorreu mais de 20 endereços em busca do médium João de Deus nesta
sexta-feira (14) após a Justiça
decretar a prisão preventiva dele por suspeita de abusos
sexuais contra mulheres. Porém, ele não foi localizado pela corporação. A
defesa segue negando envolvimento do líder religioso nos crimes e informou que
vai entrar com um pedido de habeas corpus.
As equipes voltaram para a Delegacia
Estadual de Investigações Criminal (Deic) por volta de 19h30 e disseram à TV
Anhanguera que percorreram diversos locais na capital e em cidades do interior,
mas não encontraram o médium. Apesar disso, ele não é considerado foragido e
existe a expectativa que o líder religioso se entregue.
“A polícia não tem conhecimento do seu
paradeiro, estamos trabalhando no sentido de tentar localiza-lo”, disse o
delegado-geral da Polícia Civil, André Fernandes, durante o trabalho de buscas
ao médium.
Segundo a corporação, equipes vão
retomar o trabalho de procurar em outros endereços no sábado (15).
O advogado de defesa, Alberto Toron,
disse que teve acesso à decisão de prisão apenas no início da noite e que vai
pedir um habeas corpus. “A impetração do habeas corpus não exclui a
apresentação espontânea do senhor João de Deus”, disse.
Além disso, disse apenas alguns
depoimentos de poucas vítimas acompanham o pedido de prisão preventiva. Além
disso, não há o nome das mulheres que denunciaram os casos.
A força-tarefa do Ministério Público
divulgou que já recebeu 335 mensagens e contatos por telefones de mulheres que
denunciam o médium por abuso sexual. Os relatos chegaram de pessoas de seis
países diferentes, além de 13 estados do Brasil e o Distrito Federal.
Última visita à Casa
Na manhã de
quarta-feira, João de Deus compareceu à Casa Dom Inácio de Loyola, onde realiza
os trabalhos espirituais, pela
primeira vez desde que as denúncias vieram à tona. Durante os
poucos minutos que ficou no local, ele disse que era inocente e que confiava na
Justiça de Deus e dos homens.
“Meus queridos irmãos e minhas queridas
irmãs, agradeço a Deus por estar aqui. Ainda sou irmão de Deus, mas quero
cumprir a lei brasileira porque estou na mão da lei brasileira. João de Deus
ainda está vivo. A paz de Deus esteja convosco”, diz João de Deus.
A assessora de imprensa do religioso,
Edna Gomes, afirmou, após as declarações, que o médium era inocente, mas que as
denúncias eram graves e deveriam ser apuradas.
Denúncias
O jornal "O
Globo", a TV Globo e o G1 têm publicado nos últimos dias relatos de
dezenas de mulheres que se sentiram abusadas sexualmente pelo médium. Não se
trata de questionar os métodos de cura de João de Deus ou a fé de milhares de
pessoas que o procuram.
O
MP-GO e Polícia Civil investigam, de forma independente, a suspeita de crimes
sexuais desde segunda-feira (10), depois que o programa
Conversa com Bial divulgou o relato de 10 mulheres que disseram ter sido
abusadas sexualmente pelo médium.
A polícia informou que, até quinta-feira
(14), recebeu 14 denúncias formais contra João de Deus, sendo que 13 mulheres
já foram ouvidas. Já o MP-GO
contabiliza o contato de mais de 300 pessoas.
Fonte: G1
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