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sexta-feira, 16 de novembro de 2018


'Duvidam da nossa formação', diz médico cubano que se casou com jovem de Nova Cruz/RN e revalidou diploma no Brasil
Há futuro para os profissionais cubanos do Mais Médicos que queiram ficar no Brasil, considera Osmany Garbey Charadan, de 37 anos. O médico chegou ao país na primeira leva de profissionais do país caribenho, em 2013, casou-se com uma brasileira de Nova Cruz/RN anos depois e formou sua família no Rio Grande do Norte. A maior preocupação dele, no entanto, é com o público atendido pelo programa. "O maior prejudicado vai ser a população mais pobre. São oito mil médicos a menos", comenta.
O Ministério da Saúde de Cuba divulgou, nesta quarta-feira (14), a decisão de não fazer mais parte do programa Mais Médicos porque mudanças anunciadas pelo novo governo brasileiro descumpririam as garantias acordadas desde o início do projeto, há cinco anos.
Osmany chegou ao país logo após o lançamento do programa e deixou o Mais Médicos em 2016, quando se casou com a potiguar Merley Maria Charadan, de 23 anos. O casal tem um filho de 1 ano e 9 meses. Desde então, revalidou o seu diploma, trabalha no Programa Saúde da Família (PSF) no município de Serra de São Bento e faz plantões na rede pública, em outras cidades potiguares. Atualmente, também faz uma pós-graduação em Pernambuco.
"Não sei quantos (médicos) vão ficar no Brasil. Depende dos projetos de cada um, muitos têm filhos, família. Eu vim em uma situação diferente, era solteiro e não pensava em ficar. Eu sabia que o programa não era para sempre. Mas conheci minha esposa, me apaixonei", disse.

Dúvidas

Apesar de não fazer mais parte do Mais Médicos, o profissional considera que as dúvidas do governo quanto à formação dos cubanos não são válidas. Ele afirma que todos os médicos têm formação de seis anos e mais dois anos de residência, com especialidade em medicina familiar.
"O presidente fala mal dos médicos cubanos, duvidam de nossa formação. Os 8 mil e poucos médicos cubanos que estão ainda no programa todos são especialistas em medicina familiar, com mais de 5 anos de experiência, e todos trabalharam em algum momento fora de Cuba, têm experiência internacional", afirmou.
Ele também considerou que todos os médicos se inscrevem no programa e vêm ao país sabendo das condições salariais. "Ninguém vem enganado. Quem quer vir, vem. Quem não quer, não vem, e não acontece nada", pontuou.
Fonte: NCO

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