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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Três homens presos pela morte do congolês Moïse são transferidos para cadeia em Benfica, onde passarão por triagem



Os três homens presos pela morte do congolês Moïse Kabagambe foram levados na tarde desta quarta-feira (2) para a cadeia José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio. A cadeia em Benfica é a triagem para o ingresso no sistema prisional.

A Justiça decretou a prisão temporária dos três homens. Eles foram detidos nesta terça-feira (1º), e a polícia tinha pedido a prisão ao Judiciário fluminense.

Os três deverão responder por homicídio duplamente qualificado — por impossibilidade de defesa da vítima e meio cruel. O processo corre em sigilo.

Quem são os presos
Segundo a polícia, um dos presos é vendedor de caipirinhas na praia e foi preso em Paciência, também na Zona Oeste. Ele foi identificado apenas como Fábio Silva.

Ainda segundo a polícia, Fábio confessou aos agentes que deu pauladas no congolês. Ele estava escondido na casa de parentes.

À tarde, outro homem que admite ter cometido as agressões que resultaram na morte do congolês se apresentou na 34ª DP (Bangu) e foi levado para a Delegacia de Homicídios do Rio. Ele foi identificado como Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e tem 27 anos.

Em um vídeo, Aleson afirmou que “ninguém queria tirar a vida dele” [Moïse] e que o grupo foi “defender o senhor” do quiosque do lado, com quem Moïse teria tido “um problema”, segundo Aleson. Veja abaixo.

O terceiro preso é Brendon Alexander Luz da Silva, o Tota. Segundo a polícia, ele aparece no registro das agressões imobilizando Moïse no chão.

Dono nega dívida
O dono do quiosque onde Moïse trabalhava prestou depoimento à polícia nesta terça. A defesa dele afirmou que o homem não conhece os agressores.

O dono do quiosque também negou que havia dívidas do quiosque com Moïse. Segundo sua defesa, ele estava em casa quando o congolês foi espancado e apenas um funcionário do estabelecimento estava no local no momento das agressões.

Barra de madeira apreendida
A polícia apreendeu uma arma usada no crime: uma barra de madeira, que tinha sido descartada em um mato perto do local do crime, segundo Damasceno. O delegado também afirmou que as pessoas que agrediram o congolês não trabalham no quiosque.

Moïse levou ao menos 30 pauladas
Também nesta terça, a polícia divulgou imagens das câmeras do quiosque onde o congolês foi espancado até a morte.

As imagens mostram que Moïse Kabagambe recebeu ao menos 30 pauladas dos agressores — parte delas enquanto estava imobilizado no chão, sem chance de defesa.

As imagens mostram que as agressões começam depois de uma discussão entre um homem que segura um pedaço de pau e o congolês, que levanta objetos do quiosque como uma cadeira e um cabo de vassoura.

Em um momento, Moïse mexe em um refrigerador, e aí se aproximam mais dois homens. Um deles o derruba e, na sequência, começa a sessão de agressões. Em vários momentos é possível ver que o congolês não oferece mais resistência enquanto leva mais golpes com um pedaço de madeira.

Dono do quiosque foi ouvido
Agentes da Divisão de Homicídios do Rio ouviram nesta tarde o dono do quiosque Tropicália, onde o Moïse Kabagambe trabalhou como atendente.

O g1 apurou que ele foi ouvido na 16ª DP (Barra da Tijuca) para evitar a imprensa, que aguardava na própria DH.

A defesa do dono do quiosque afirma que ele não conhece o homem que afirmou ter agredido o congolês e nem os outros que aparecem no vídeo de segurança do estabelecimento agredindo Moïse.

O dono do quiosque também negou que havia dívidas do quiosque com Moïse. Segundo sua defesa, ele estava em casa quando o congolês foi espancado e apenas um funcionário do estabelecimento estava no local no momento das agressões.

O imigrante morreu espancado, segundo parentes, depois de cobrar um pagamento atrasado. O corpo dele foi achado amarrado em uma escada do quiosque.

Portal 98 FM


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